segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Antes de entrar na parte prática...


...importante falar um pouco sobre nós.

Nos conhecemos participando de um grupo de jovens católico chamado CLJ. Neste grupo, debatíamos temas ligados à religião, promovíamos várias ações sociais, ajudávamos nas atividades paroquiais e diocesanas e fazíamos muitos amigos - a gente tinha muita coisa para fazer no grupo e o convívio era quase diário.
Eu, Rafa, lembro que no dia 25/03/2000, a Reunião do Grupo tratava sobre os anjos e todas as questões envolvendo o assunto. Eu já estava no grupo havia mais de três anos. A Dani ingressou no grupo naquele dia, e a presença dela me fez gravar para sempre essa data. Justo eu, o ser mais esquecido do mundo. Seria coincidência a reunião ser sobre anjos e ter ficado na minha memória?
Naquele dia, dentro da reunião, houve troca de idéias em pequenos grupos e ela foi escolhida pelo pessoal para expor o debate ao grande grupo. Confesso que ela me chamou muito a atenção, pela espontaneidade, pelo jeito cativante de falar enquanto sorria. Também pela voz aveludada, digna de uma locutora de rádio. E, sem dúvida, pela beleza exótica, difícil de encontrar igual: um rosto anguloso e bem desenhado, furinho no queixo, lábios carnudos, corados, olhos muito expressivos... uma personalidade marcante e um jeito bem especial de ser. Era realmente um conjunto muito atraente...

Participamos do grupo até o fim de 2007. Ali nos conhecemos e nos tornamos amigos. Éramos amigos já havia 4 anos quando nosso namoro começou, no final de abril de 2004.
Resolvemos ir em turma a um show da banda Reação em Cadeia. Durante esse show, nós começamos a conversar. O papo estava muito legal, e lá pelas tantas, papo vai, papo vem, chegou uma hora que não deu pra resistir. A gente já tinha um carinho, uma admiração, uma atração... só faltava descobrir o que para alguns amigos já era evidente. A conversa tinha sido muito legal e se tornou um longo abraço. Talvez o abraço pudesse ser o fim lógico daquela conversa, mas nos causou um frio na barriga. O fato é que naquela situação, um abraço era a forma mais segura de não gerar um susto (ou um tapa, kkk), afinal, eu senti que precisava demonstrar que ela havia mexido com meu coração naquele momento. Havia um zelo pelo nosso convívio, amizade e trabalho no grupo, de forma que não queria colocar em risco aquilo que já havíamos construído. Mas ao mesmo tempo que senti aquele frio na barriga, percebi que o abraço que dei, ela retribuiu. Ali permanecemos mais alguns segundos, coração batendo com coração. O que poderia ter sido apenas o abraço de um fim de conversa entre nós, se tornou o passo para o nosso primeiro beijo. Um longo beijo.
Estava em outra cidade, mas liguei no dia seguinte. (Ela não esperava).
Mais algumas semanas nos encontrando, conversando e trocando bilhetes e letras de músicas foram o suficiente para que a gente descobrisse que aquela admiração, aquele carinho, era apenas a base dos sentimentos que nutríamos um pelo outro. Isso foi no início de junho. Sentia saudade de estar junto com ela. Algo que ia muito além do físico, era uma saudade gostosa de sentir. Fazia tempo que eu não me apaixonava. Esse sentimento por ela me fez sentir vivo. Coisas que a paixão faz.

Então, passamos um feliz Dia dos Namorados. Fomos a um fondue aqui em Gramado. Lá pelas tantas eu comi uma bola de manteiga pensando que era um bolinho de queijo. Ela ficou rindo da minha cara e ri disso até hoje. E continuamos achando razões pra rir de nós mesmos, afinal, somos um tanto quanto estabanados (juntos nos ajudamos). Essa é uma das pequenas coisas que nutrem esse sentimento que continua crescendo e nos une mais a cada dia.

Também curtimos muito estar com os nossos amigos. É comum encontrar a gente junto com eles, com a cuia de chimarrão na mão. Adoramos conversar, viajar, dançar e passear por aí, nem que seja para algum parque legal ou para a cidade vizinha.

O Rafa (o cara que vos escreve) é um cara tranquilo e família, músico, bancário, formado em Comércio Exterior e apaixonado por música, viagem, fotografia, por cozinha, por academia. É sonhador por natureza, mas com os pés no chão. É um romântico, meio à moda antiga, dos que ainda curtem dar flores, abrir a porta do carro e fazer alguns agrados de surpresa (parece que nasci na década errada, tenho essa impressão sobre mim de vez em quando). Se a teimosia é o meu defeito, a obstinação é uma qualidade. Acho que se a Dani pudesse mudar duas coisas em mim, seriam parar de xingar os turistas barbeiros no trânsito e adiantar o relógio alguns minutos.
Uma palavra que sintetiza a Dani é espontaneidade. Ela é autêntica, e tem o som de uma grande risada. Coloca muito sentimento até nas coisas mais simples que faz, se dedica muito por aqueles que ama. Há quem conheça mais o seu lado profissional: é pedagoga, professora, coordenadora de escola, adora crianças. Nas horas vagas do inverno, tece cachecóis de tricô que fazem sucesso... Suas idéias, planeja e cumpre. É prática, ao mesmo tempo muito sensível, tem um grande coração, brinca feito uma moleca (e gosta das coisas românticas que o Rafa inventa, que sorte!). Suas principais habilidades não estão ligadas à navegação com mapas.

Juntos, já fizemos muitas coisas: de curso de dança de salão a mochilão. Já afundamos as ruas de algumas cidades do mundo de tanto caminhar. Já resolvemos ir do RS para o sul da Bahia em uma tarde e amanhecemos lá no dia seguinte (de novo com a mochila nas costas). E assim somos: construímos muitas histórias no nosso dia-a-dia, com nossos amigos, nas nossas viagens por parques locais, cidades, estados, países.
Mas ainda não é o suficiente, ainda temos muito a fazer juntos e muitas histórias pra construir.

No fundo, sabíamos faz tempo que nosso relacionamento era sério, que queríamos ficar um com o outro e que iríamos nos casar um dia. Quase 6 anos já tinham se passado desde o início do namoro e a Dani já imaginava que, uma hora dessas, precisaria colocar o Rafa na parede... (é, de fato, por mais românticos que sejamos, nós somos sempre enrolados na hora de pedir a namorada em casamento. Isso deve ser comum ao gênero.)
Mas ela não sabia que no final de 2009, ele já arquitetava uma surpresa que deveria coincidir com a viagem de férias dos dois.
Destino escolhido de comum acordo: a Itália.
O plano arquitetado em segredo por ele: o pedido de casamento.
Mas esse assunto fica para o próximo post!

4 comentários:

  1. "Ota, ota, ota viva o CLJ..."
    hehehehehe :P

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  2. Faltou mencionar o fato de eu ficar te dizendo o tempo todo "Rafa, ela tava olhando pra ti na missa... Rafa, tu gosta dela! Rafaaaa, não estou louca, é verdade!" hehehe Não sei se tu lembra, mas essa cena da gente conversando depois da missa na frente da igreja me marcou! Parabéns pelo noivado... janeiro vai chegar voando! Felicidades!

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  3. Tu tava certa, Lih, detectou o que estava surgindo ainda quando havia só a semente na terra!!! Boa de olho! kkkkk

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  4. Esses dois, ao vivo e a cores, e juntos, vão muito além daquilo que as palavras poéticas do Rafa conseguem traduzir. Descobri a existência do blog hoje e estou encantada! Meus parabéns!

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